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domingo, 27 de abril de 2014

O Conhecimento e a Sabedoria

"(...) aprendi quando a razão morria e a Sabedoria nascia; antes dessa liberação, eu só tinha o conhecimento.

Existem dois poderes aliados no homem: o conhecimento e a sabedoria.

O conhecimento é uma verdade parcial, vista em um meio distorcido conforme a mente chega à busca; a sabedoria e o que o olho da visão divina vê no espírito.

Quando falo, a razão fala: "Isto sou eu quem fala"; mas Deus tira as palavras de minha boca, e os lábios dizem algo que faz com que a razão trema.

Se a humanidade pudesse ver em um piscar de inteligência transitória quais alegrias infinitas, quais forças perfeitas, quais conquistas luminosas de conhecimento espontâneo, quais amplas calmas de nosso ser esperam por nós, utilizando os traços que nossa evolução animal ainda não conquistou, ela os deixaria e nunca descansaria até conquistar esses tesouros.

Mas o caminho é estreito, as portas são difíceis de se abrir, e o medo desconfiança e o ceticismo existem, são sentinelas da Natureza, proíbem o retorno de nossos pés de seus pastos comuns.

O que a alma vê e já experimentou, ela conhece; o restante é aparência, preconceito e opinião.

Provaram-me com motivos convincentes que Deus não existe e eu acreditei.

Depois, eu vi Deus, pois Ele veio e me abraço agora, em quem devo acreditar?

No raciocínio dos outros ou n minha própria experiência?

Alucinação é um termo da Ciência para aquelas visões irregulares que temos de verdades que são ocultas de nós em razão da nossa preocupação com a matéria...

Aquilo que os homens chamam de alucinação é o reflexo, na mente e nos sentidos, daquela outra realidade, que está além de nossas percepções mil e sensoriais autolimitadas.

A lógica é uma busca conceitualmente limitada da verdade, assim como a auto-retidão é a imitação ignorante da virtude, pois não enxerga seus próprios mal entendidos e o outro não vislumbrai seu auto-julgamento arrogante.

O Sinal da sabedoria nascente é sentir que eu sei pouco ou nada e, mesmo assim, se pudesse ser aberto à minha Sabedoria, já saberia que possuo tudo.

O conhecimento é uma criança cega pelas suas conquistas, ela vaga pelas tuas gritando; a Sabedoria esconde o poder de seu esclarecimento em um silêncio inteligente e poderoso.

A espiritualidade e a filosofia buscam resgatar o homem de seu ego; então, o reino interior do céu será refletido espontaneamente em uma cidade divina externa."

(Sri Aurobindo)


In Kundalini: O Livro da Vida e da Morte. Jytte Kumar Larsen e Ravindra Kumar, Ed. Madras, 2008.

sábado, 26 de abril de 2014

Onde encontrar Deus?

Deus não pode ser reconhecido a não ser em si mesmo.

Quando tu o encontras fora de ti, não vais encontrá-Lo em outro lugar.

Não existe Deus para o homem que não O encontra em si.

A grande alegria que o homem pode conceber é a alegria de conhecer em si um ser livre, inteligente, amoroso e, consequentemente, feliz de sentir Deus em si.

O homem, para ser realmente um homem, deve conceber a ideia Deus em si.


(Leon Tolstoy)

In Kundalini: O Livro da Vida e da Morte. Jytte Kumar Larsen e Ravindra Kumar, Ed. Madras, 2008

O Homem de Religião

Aquele que pratica a sabedoria sem raiva ou ambição, que satisfaz com fidelidade seus votos e vive para se aperfeiçoar, é, de fato, um homem da religião.

Aquele que cuida do corpo, da fala, de seu Ser, que é cheio de serenidade e alegria, possui um espírito unificado e encontra satisfação na solidão é, de fato um homem da religião.

Aquele que conquistou o desejo da vida presente e da vida futura, que conquistou todo o medo e quebrou todas as correntes, é, de fato, um homem da religião.

Aquele que não pune, não mata, não permite ser morto, que é cheio de amor entre aqueles que são cheios de crueldade, é, de fato, um homem da religião.

(Sri Aurobindo)

In Kundalini: O Livro da Vida e da Morte. Jytte Kumar Larsen e Ravindra Kumar, Ed. Madras, 2008

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Como Era a Higiene (ou a Falta Dela) na Idade Média

Nos filmes de Hollywood vemos nobres abastados e belas damas maquiadas, penteadas e cheias de jóias, vestindo túnicas pulcras e branquinhas. Tudo fachada, pois como já lemos no artigo "O passado, em verdade, foi uma época que nenhum de nós gostaria de viver", entre a queda do Império Romano, lá pelo ano 476, até a descoberta da América, em 1492, a higiene pessoal não era considerada uma prioridade.

Os médicos achavam que a água, sobretudo quente, debilitava os órgãos, deixava o corpo exposto a ares insalubres e que se penetrasse através dos poros podia transmitir todo tipo de doenças. Inclusive começou a estender a ideia de que uma camada de sujeira protegia contra as doenças e que, portanto, o asseio pessoal devia ser realizado "a seco", só com uma toalha limpa para esfregar as partes visíveis do organismo.

Os médicos recomendavam que as crianças limpassem o rosto e os olhos com um trapo branco para limpar o sebo, mas não muito para não retirar a cor "natural" (encardida) da tez. Na verdade, os galenos consideravam que a água era prejudicial à vista, que podia provocar dor de dentes e catarros, empalidecia o rosto e deixava o corpo mais sensível ao frio no inverno e a pele ressecada no verão. Ademais, a Igreja condenava o banho por considerá-lo um luxo desnecessário e pecaminoso.

A falta de higiene não era um costume de pobres, a rejeição pela água chegava aos estratos mais altos da sociedade. As damas mais entusiastas do asseio tomavam banho, quando muito, duas vezes ao ano, e o próprio rei só o fazia por prescrição médica e com as devidas precauções.

Os banhos, quando aconteciam, eram tomados em uma tina enorme cheia de água quente. O pai da família era o primeiro em tomá-lo, logo os outros homens da casa por ordem de idade e depois as mulheres, também por ordem de idade. Enfim chegava a vez das crianças e bebês que podiam se perder dentro daquela água suja. Não é à toa que as crianças tinham grande desgosto em tomar banho.

Tudo era reciclado. Tinha gente dedicada a recolher os excrementos das fossas para vendê-los como esterco. Os tintureiros guardavam urina em grandes tinas, que depois usavam para lavar peles e branquear telas. Os ossos eram triturados para fazer adubo. O que não se reciclava ficava jogado na rua, porque os serviços públicos de limpeza urbana e saneamento não existiam ou eram insuficientes. As pessoas jogavam seu lixo e dejetos em baldes pelas portas de suas casas ou dos castelos. Imagine a cena: o sujeito acordava pela manhã, pegava o pinico e jogava ali na sua própria janela.

O mau cheiro que as pessoas exalavam por debaixo das roupas era dissipado pelo leque. Mas só os nobres tinham lacaios que faziam este trabalho. Além de dissipar o ar também servia para espantar insetos que se acumulavam ao seu redor. O príncipe dos contos de fadas fedia mais do que seu cavalo.

Na Idade Média a maioria dos casamentos era celebrado no mês de junho, bem no começo do verão boreal. A razão era simples: o primeiro banho do ano era tomado em maio; assim, em junho, o cheiro das pessoas ainda era tolerável. De qualquer forma, como algumas pessoas fediam mais do que as outras ou se recusavam a tomar banho, as noivas levavam ramos de flores, ao lado de seu corpo nas carruagens para disfarçar o mau cheiro. Tomou-se, então, costume celebrar os casamentos em maio, depois do primeiro banho. Hoje é considerado como mês das noivas e dali nasceu a tradição do ramo de flores das noivas.

Nos palácios e casas de família a existência dos banheiros era praticamente nula, nem "casinha" existia. Quando a necessidade imperava, o fundo do quintal ou uma moita eram escolhidos segundo a preferência. Não era incomum também ver alguém cagando nas ruas. Os sistemas de esgoto ainda não existiam; portanto as cidades medievais eram verdadeiros depósitos de lixo e excremento. Grandes metrópoles como Londres ou Paris podiam ser consideradas naquele tempo como alguns dos lugares mais sujos do mundo.

Os mais ricos tinham pratos de estanho. Certos alimentos oxidavam o material levando muita gente a morrer envenenada, sem saber o porquê. Os tomates, muito ácidos, provocavam este efeito e passaram a ser considerados tóxicos durante muito tempo. Com os copos ocorria a mesma coisa: o contato com uísque ou cerveja fazia com que as pessoas entrassem em um estado de narcolepsia produzido tanto pela bebida quanto pelo estanho. Alguém que passasse pela rua e visse alguém neste estado podia pensar que estava morto e logo preparavam o enterro. O corpo era colocado sobre a mesa da cozinha durante alguns dias, enquanto a família comia e bebia esperando que o "morto" voltasse à vida ou não. Foi daí que surgiu o costume de beber o morto e mais tarde o velório feito hoje junto ao cadáver.

O Rei Henrique VIII, famoso por romper com a Igreja Romana e por ter se casado seis vezes, tinha mais de 200 empregados que lhe serviam como cozinheiros, carregadores, abanadores, etc. Mas os serventes com a pior das sortes eram aqueles que deviam cuidar das "necessidades" do rei: tinham que despiolhá-lo uma vez ao dia, limpar sua bunda depois que fizesse suas necessidades e lavar suas partes íntimas enquanto o rei permanecia sentado e inclusive, quando a rainha estava grávida e o monarca sentia certas necessidades, um dos serviçais -homem ou mulher- devia "bater uma" para o rei. Isto, por suposto, era feito na frente de várias pessoas, que depois do "ato" trocavam suas roupas.

A absurda falta de higiene da Idade Média
No entanto, mesmo diante desta porquice toda, quando um nobre viajante ou qualquer membro da nobreza se apresentava ante o rei ou a rainha, devia inclinar em sinal de veneração, e se por acaso esta pessoa nesse exato momento tivesse a má sorte de deixar escapar um "peidinho" em frente do monarca, a pena era o desterro. Ele era enviando para longe e sem poder regressar por 7 anos, isso se o rei decidisse que podia voltar. Isto muito provavelmente originou a vergonha e desaprovação de peidar na frente dos outros, pese que seja um ato natural comum a todos os mamíferos.

Fonte: Quase 1.000 dados nojentos: para saber que este mundo é imundo.


terça-feira, 15 de abril de 2014

Algumas Verdades Cruéis sobre Relacionamentos Hoje em Dia

 "Amar virou coisa de gente corajosa"

Por Daniel Bovolento

1. A pessoa que se importa menos tem mais poder. Ninguém quer ser a pessoa mais interessada do relacionamento.

2. Só porque a gente quer mostrar quão blasé ou não-tão-interessados nós estamos na outra pessoa, pequenos jogos psicológicos como “Levar Intencionalmente Horas ou Dias Pra Responder Mensagens de Volta” podem acontecer. E eles não são nada divertidos.

3. Alguém que não se preocupa em estar sempre por perto porque não tem realmente nenhum interesse em você se parece exatamente com alguém que não se preocupa em estar sempre por perto porque te acha fantástico e quer parecer menos grudento. Boa sorte em descobrir com qual dos dois tipos você está lidando.

4. Fazer ligações é uma arte que está morrendo. Seu relacionamento pode acontecer, na maioria das vezes via whatsapp ou SMS, ou seja,  meios de comunicacão mais impessoais de interação. Se acostume com isso.

5. Combinar algo certo é complicado. As pessoas têm opções e convites expressos dos seus amigos (ou de outros interesses românticos) muito mais rápido graças às redes sociais. Se você não for a maior prioridade da pessoa, seus convites podem receber uma série de “vamos ver” ou “vou tentar”, além dos cancelamentos em cima da hora.

6. Alguém que machucou você não vai ter necessariamente o retorno que merece. Pelo menos não imediatamente. Eu sei que não é justo, mas às vezes as pessoas que traem e que são idiotas conseguem ir pra outras relações onde tudo corre bem enquanto a gente fica na merda.

7. Suas atitudes podem parecer românticas ou assustadoras. Isso depende do quanto a outra pessoa te acha atraente.

8. “Vamos nos ver” ou “quer sair?” são frases vagas que geralmente significam uma coisa: “quero fazer sexo com você”. Mesmo que você odeie essas frases, elas são o modo normal que as pessoas encontram de convidar as outras pra sair e passar um tempo juntas.

9. Algumas pessoas só querem transar e se você está interessado nelas para além do sexo, elas não vão te dizer que eles não são a pessoa certa pra você agora. Pelo menos, não até terem levado você pra cama. Enquanto a decência humana é uma benção, a honestidade nem sempre é obrigatória.

10. A mensagem que você mandou chegou. Se eles não responderam, não foi por causa de algum telefone defeituoso ou problema com a operadora.

11. Existe muita gente que tem medo de compromisso. Eles vão sempre se manter em relacionamentos abertos que são confusos e só funcionam até que eles se acabem. Se você se incomoda em deixar o outro fazer o que bem entender, bem, talvez esse tipo de relacionamento não seja pra você. Afinal de contas, vocês “não têm nada”.

12. Redes sociais criaram novas tentações e métodos de traição. As mensagens privadas e novos artíficios para flertar (tipo curtir as fotos do Facebook) não chegam a ser incentivos, mas facilitam ainda mais que isso aconteça.

13. As redes sociais podem também criar a ilusão de que uma pessoa tem mais opções, o que faz com que as pessoas olhem pro Facebook como um grande menu de gente atraente com as quais elas podem se relacionar um dia.

14. Você não deve conhecer bem alguém antes de entrar num relacionamento com a pessoa. Geralmente, as pessoas têm medo de se deixarem ser vistas ou de demonstrar sentimentos por medo de parecerem muito disponíveis, ou ansiosas, ou assustadoras por pura insegurança.

15. Qualquer pessoa com quem você se relacione pode ser alguém com quem você vai passar o resto da sua vida ou pode ser alguém que vai terminar com você e dilacerar o seu coração amanhã. Ambas as prerrogativas são assustadoras.

16. Num relacionamento (ou na fase de conhecer você), ao invés de te dizer o que sente, é mais provável que a pessoa vá postar algo no Facebook ou no Twitter e, mesmo que não mencione seu nome, é uma daquelas indiretas certeiras pra você.

17. Existe um bando de gente que vai ter zero de respeito pelo seu relacionamento e se eles quiserem a pessoa que está com você, eles não terão pudores. Nessas horas o Bro Code e o Girls Code vão pro lixo e é melhor você manter um olho aberto em “inofensivos comentários online”. Só não vire um psicopata neurótico com isso também.

18. Se você levar um fora, isso pode ser bem mais brutal. As pessoas podem querer terminar de modos mais práticos – por texto ou whatsapp – e não vão se dar o trabalho de ligar ou conversar pessoalmente porque é desconfortável. Basta mandar umas duas frases e voilá, relacionamento acabou.

Adaptado do Thought Catalog.

Reirado de:


sábado, 12 de abril de 2014

Eu Sou!

Longo é o tempo da minha jornada,
e longo é o caminho.

Eu parti na carruagem do primeiro cintilar de luz,
e trilhei minha jornada através da vastidão dos mundos,
deixando pegadas em muitas estrelas e planetas.

O percurso mais longo
é aquele que mais se aproxima de você,
e a aprendizagem mais complexa é a que nos leva
à absoluta simplicidade de uma melodia.

O andarilho precisa bater em cada porta alheia
para um dia encontrar a sua própria entrada;
Precisa vagar por todos os mundos externos
para que um dia finalmente encontre
o seu santuário mais íntimo.

Meus olhos vagaram por paragens vastas e distantes
até que os pudesse fechar e dizer,
“Aqui está você!”

A dúvida e o clamor, “Onde? Onde?”,
derreteram-se nas lágrimas de mil córregos
e inundaram o mundo com a certeza:
“Eu sou!”

(Rabindranath Tagore - Gitanjali)

terça-feira, 8 de abril de 2014

Sentes, Pensas e Sabes que Pensas e Sentes

Dizes-me: tu és mais alguma cousa
Que uma pedra ou uma planta.
Dizes-me: sentes, pensas e sabes
Que pensas e sentes.
Então as pedras escrevem versos?
Então as plantas têm idéias sobre o mundo?
Sim: há diferença.
Mas não é a diferença que encontras;
Porque o ter consciência não me obriga a ter teorias sobre as cousas:
Só me obriga a ser consciente.
Se sou mais que uma pedra ou uma planta? Não sei.
Sou diferente. Não sei o que é mais ou menos.
Ter consciência é mais que ter cor?
Pode ser e pode não ser.
Sei que é diferente apenas.
Ninguém pode provar que é mais que só diferente.
Sei que a pedra é a real, e que a planta existe.
Sei isto porque elas existem.
Sei isto porque os meus sentidos mo mostram.
Sei que sou real também.
Sei isto porque os meus sentidos mo mostram,
Embora com menos clareza que me mostram a pedra e a planta.
Não sei mais nada.
Sim, escrevo versos, e a pedra não escreve versos.
Sim, faço idéias sobre o mundo, e a planta nenhumas.
Mas é que as pedras não são poetas, são pedras;
E as plantas são plantas só, e não pensadores.
Tanto posso dizer que sou superior a elas por isto,
Como que sou inferior.
Mas não digo isso: digo da pedra, “é uma pedra”,
Digo da planta, “é uma planta”,
Digo de mim, “sou eu”.
E não digo mais nada. Que mais há a dizer?

Alberto Caeiro, in “Poemas Inconjuntos”

segunda-feira, 7 de abril de 2014

O Mestre e o Lago

O velho Mestre pediu a um jovem triste que colocasse uma mão cheia de sal em um copo d’água e bebesse.
– Qual é o gosto? – perguntou o Mestre.
– Ruim – disse o aprendiz.
O Mestre sorriu e pediu ao jovem que pegasse outra mão cheia de sal e levasse a um lago.
Os dois caminharam em silêncio e o jovem jogou o sal no lago, então o velho disse:
– Beba um pouco dessa água.
Enquanto a água escorria do queixo do jovem, o Mestre perguntou:
– Qual é o gosto?
– Bom! – disse o rapaz.
– Você sente o gosto do sal? – Perguntou o Mestre.
– Não – disse o jovem.
O Mestre então sentou ao lado do jovem, pegou sua mão e disse:
– A dor na vida de uma pessoa é inevitável. Mas o sabor da dor depende de onde a colocamos. Então, quando você sofrer, a única coisa que você deve fazer é aumentar a percepção das coisas boas que você tem na vida.
Deixe de ser um copo. Torne-se um lago.
(Tradição Zen)