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quinta-feira, 18 de julho de 2013

A Humanidade Como uma Obra Inacabada

Por Wanderson Silva de Souza
Mas tá bom que eu vi hoje um homem falando sozinho na rua.
Eu não fiquei triste.
Fiquei contente.
Dando-me conta novamente de que só um animal na face da Terra pode fazer isso: O Homem.
Aquele homem falava sozinho.
E ele falava sozinho porque podia falar.
Porque é um homem.
Corremos o perigoso risco de morrermos quando usamos a mesma via para falar, comer e respirar.
Corremos o risco de morrer.
E nos arriscamos a tanto porque falar para nós, humanos, é muito importante.
É parte do que nos distingue dos outros animais.
Alguns de nós, não gostam da evolução, de tudo aquilo que nos faz cada vez mais sofisticados enquanto animais e querem nos trazer para o passado, para o mundo das desigualdades e da lei do mais forte.
Querem evitar pesquisa com células tronco (isso talvez esteja desatualizado) a pretexto de uma sacralização equivocada da vida, do ser humano.
O homem faz muito tempo não é mais tão somente um conjunto de ossos, sangue, carne e instinto.
Fossemos só isso, não existiriam os terapeutas de casais e as sex shopp, pois estaríamos ainda submissos ao cio e ao sexo apenas para procriação.
A moralidade atroz e obstinada nega ao homem o que é próprio do homem ao impor-lhes naturalidades estanques.
O natural do homem é inventa-se, transgredir-se a todo instante e ser um humano é justamente inverta-se como humano.
Não, um embrião não é um humano.
Nem por isso deixa de ser alguma coisa que podemos dizer-se orgânica.
No entanto, humano é algo que muitas vezes um sujeito pode viver toda uma vida e morrer e nunca apenas conseguido ser o que sempre foi, desde sua época de embrião, ou seja apenas uma organicidade.
O status de humano é algo tão subjetivo quanto são a quantidade de visões e pontos de vista que existem.
Humano é o único animal que é definido segundo e somente os vários pontos de vista.
Embrião é uma organicidade.
Humanidade é uma tese em construção.


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