Por Wanderson Silva de Souza
Mas
tá bom que eu vi hoje um homem falando sozinho na rua.
Eu
não fiquei triste.
Fiquei
contente.
Dando-me
conta novamente de que só um animal na face da Terra pode fazer isso: O Homem.
Aquele
homem falava sozinho.
E
ele falava sozinho porque podia falar.
Porque
é um homem.
Corremos
o perigoso risco de morrermos quando usamos a mesma via para falar, comer e
respirar.
Corremos
o risco de morrer.
E
nos arriscamos a tanto porque falar para nós, humanos, é muito importante.
É
parte do que nos distingue dos outros animais.
Alguns
de nós, não gostam da evolução, de tudo aquilo que nos faz cada vez mais
sofisticados enquanto animais e querem nos trazer para o passado, para o mundo
das desigualdades e da lei do mais forte.
Querem
evitar pesquisa com células tronco (isso talvez esteja desatualizado) a
pretexto de uma sacralização equivocada da vida, do ser humano.
O
homem faz muito tempo não é mais tão somente um conjunto de ossos, sangue,
carne e instinto.
Fossemos
só isso, não existiriam os terapeutas de casais e as sex shopp, pois estaríamos
ainda submissos ao cio e ao sexo apenas para procriação.
A
moralidade atroz e obstinada nega ao homem o que é próprio do homem ao
impor-lhes naturalidades estanques.
O
natural do homem é inventa-se, transgredir-se a todo instante e ser um humano é
justamente inverta-se como humano.
Não,
um embrião não é um humano.
Nem
por isso deixa de ser alguma coisa que podemos dizer-se orgânica.
No
entanto, humano é algo que muitas vezes um sujeito pode viver toda uma vida e
morrer e nunca apenas conseguido ser o que sempre foi, desde sua época de
embrião, ou seja apenas uma organicidade.
O
status de humano é algo tão subjetivo quanto são a quantidade de visões e
pontos de vista que existem.
Humano
é o único animal que é definido segundo e somente os vários pontos de vista.
Embrião
é uma organicidade.
Humanidade
é uma tese em construção.
Veja mais em: http://wandersonsilvadesouza.blogspot.com.br/
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