Por Sérgio Domingues
Os
jogadores negros de futebol inventaram o típico drible brasileiro para fugir do
racismo. É o que afirma o artigo “O conceito de drible e o drible do conceito”,
de Renato Noguera, na revista Z Cultural. Exagero? Vejamos.
O
autor cita Antônio Jorge Soares e sua “História e a invenção de tradições no
futebol brasileiro”:
Quando
começaram a jogar o futebol por aqui, os negros não podiam derrubar, empurrar,
ou mesmo esbarrar nos adversários brancos, sob pena de severa punição: os
outros jogadores e até os policiais podiam bater no infrator.
E
o grande craque, Domingos da Guia, confirma:
Ainda
garoto eu tinha medo de jogar futebol, porque vi muitas vezes jogador negro, lá
em Bangu, apanhar em campo, só porque fazia uma falta, nem isso às vezes (…)
Meu irmão mais velho me dizia: “Malandro é o gato que sempre cai de pé… Tu não
é bom de baile?” Eu era bom de baile mesmo, e isso me ajudou em campo… Eu
gingava muito… O tal do drible curto eu inventei imitando o miudinho, aquele
tipo de samba.
É
assim que os jogadores negros se apropriaram do drible para inová-lo, usando
“passes do samba e quiçá da capoeira”, diz Noguera. Era uma forma de “defesa e,
ao mesmo tempo, tática de ataque diante das limitações impostas pelas regras do
futebol”, afirma.
Como
se vê, até o mais popular esporte do País nasceu contaminado pela sujeira
racista. E o preconceito de cor continua a entrar em campo, mesmo hoje em dia.
Leia
o texto completo em: http://revistazcultural.pacc.ufrj.br/o-conceito-de-drible-e-o-drible-do-conceito-analogias-entre-a-historia-do-negro-no-futebol-brasileiro-e-do-epistemicidio-na-filosofia/
Retirado de: http://pilulas-diarias.blogspot.com.br/2013/05/a-origem-racista-do-drible-brasileiro.html
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