Por Elena Shumilova
Vamos combinar: um grande e
forte abraço não pode fazer mal a alguém. A ciência prova que o carinho vai
muito além da sensação de se sentir querido. Neste dia do abraço, celebrado em
22 de maio, reunimos algumas pesquisas que comprovam científicamente os benefícios
que o afago traz à saúde.
1. Abraços protegem contra os efeitos do estresse
Uma pesquisa feita pelo
professor de Psicologia da Carnegie Mellon University, nos Estados Unidos,
Sheldon Cohen comprovou que o abraço protege dos efeitos do estresse, da
depressão e da ansiedade. O estudo foi publicado em 2014 na revista científica
Psychological Science.
2. Diminuem os riscos de infecções
Durante a pesquisa sobre os
efeitos dos abraços em pessoas estressadas, Sheldon Cohen entrevistou 404
adultos saudáveis e, durante 14 noites, indagou aos participantes por telefone
sobre a frequência de conflitos interpessoais e abraços que receberam. Depois,
as mesmas pessoas foram intencionalmente expostas a um vírus comum da gripe e
submetidos a uma quarentena para avaliar os efeitos. Quem recebeu mais abraços
teve reduzido o risco de infecções e também enfrentou melhor os conflitos que
surgiram.
– Chegamos à conclusão de que
quem recebe um abraço de uma pessoa em quem confia transmite mais apoio e
aumenta a própria frequência de abraços. Percebemos também que o abraço reduziu
os efeitos nocivos do estresse – disse Cohen.
3. Ajudam quem tem problemas para compartilhar emoções
De acordo com um estudo feito
na Faculdade de Artes e Ciências da University of Missouri, nos Estados Unidos,
pessoas que sofrem com alexitimia _ termo utilizado para designar quem tem
dificuldade em verbalizar emoções e descrever sentimentos _ podem ser
beneficiadas pelo abraço. Em um estudo, publicado em 2011 na revista científica
Personality and Individual Differences, pesquisadores dessa instituição mediram
o afeto compartilhado em 921 pessoas diagnosticados com alexitimia.
Ainda que eles tenham
problemas para se relacionar, a comunicação mais afetuosa aliviou a aflição que
essas pessoas sentiam e que gestos como o abraço fizeram com que elas
liberassem hormônios que aliviam o estresse.
4. Abraço de mãe diminui a ansiedade das filhas
comprovou algo que tem sido
dito há muitas décadas: o abraço de mãe é um santo remédio para quem está
passando por uma situação de estresse. Em 2010, Seltzer reuniu um grupo de sete
meninas, todas com 12 anos, e pediu que elas resolvessem uma série de problemas
matemáticos em frente a pessoas que não conheciam.
Enquanto elas participavam do
exercício, o ritmo de seus corações e os níveis de cortisol – hormônio
associado ao estresse – foi medido. Um terço das meninas foi consolada com um
abraço de suas respectivas mães, um segundo grupo recebeu uma ligação das mães
e o terceiro não interagiu. O efeito benéfico foi o mesmo entre as adolescentes
que ganharam abraço e as que falaram ao telefone. O nível de oxitocina, conhecido
como o "hormônio do amor" ou o "hormônio da felicidade",
aumentou significativamente nas participantes dos dois grupos e continuo
fazendo efeito depois que o exercício foi finalizado.
5. Reduzem a pressão arterial
Em 2013, um estudo da
Universidade Médica de Viena, na Áustria, liderado pelo neurofisiologista
Jürgen Sandkühler, comprovou que abraçar alguém pode, além de promover o
bem-estar, reduzir a pressão arterial e melhorar a memória. No entanto, o
efeito só se manifesta se o ato de afeto é feito por alguém de confiança. A
"culpa" é da oxitocina liberada no organismo. O hormônio, quando
presente na corrente sanguínea, reduz a pressão arterial e diminui a sensação
de estresse e ansiedade.
– Nossa pesquisa mostrou que o
efeito positivo só ocorre se as pessoas confiam uma nas outras – explicou
Sandkühler.
Mas atenção: a mesma pesquisa
percebeu que abraçar estranhos tem efeito estressante.
6. Aliviam a dor
Na Universidade da Carolina do
Norte, nos EUA, a psicóloga Karen Grewn também pesquisou sobre os efeitos do
abraço e comprovou que o carinho pode aliviar a dor. Ela e sua equipe
recrutaram mulheres que sofrem com enxaqueca e, durante os testes, as participantes
relataram melhora significativa na dor de cabeça. A conclusão de Grewn foi de
que os cérebro recebe primeiro os sinais de alívio em relação à sensação de
dor.
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