1. Aperto de mão
O aperto de mão era a forma pela
qual um deus concedia poder a um dirigente terrestre. Isso está gravado em
diversos hieróglifos egípcios, em que o verbo "dar" é representado
por uma única mão estendida. Os historiadores acreditam que o homem primitivo,
que andava sempre armado, estendia a mão para mostrar para alguém que não
portava armas e desejava a paz. Mas o aperto mesmo é um costume que teve origem
nos duelos de espada da Idade Média. Os adversários, por exigência do
regulamento, eram obrigados a fazer uma saudação especial, e o cumprimento
antes do início da luta era um abraço. Com medo de um golpe traiçoeiro, os
rivais, com o tempo, decidiram mudar o protocolo e trocaram o abraço por um
forte aperto de mão.
2. Aplauso
O aplauso existe há cerca de 3 mil
anos. No princípio, era um gesto religioso, popularizado em rituais pagãos: o
barulho deveria chamar a atenção dos deuses. Segundo a mitologia, o gesto foi
inventado por Crotos, filho de deus Pan e de Eufeme, ama-de-leite das musas,
para mostrar sua admiração por elas. O nome Crotos vem de "kroto",
palavra grega que representa o barulho das palmas. Depois disso, o hábito
passou para o teatro clássico grego. O costume chegou à Roma pré-cristã, onde
se tornou comum nos discursos populares.
3. Assobio
Na Antiguidade, o assobio
(produção de um som agudo comprimindo o ar entre os lábios) podia ser um aviso
ou um insulto. Com o tempo, a intenção do gesto tornou-se mais amigável. A
palavra, em português, veio do latim "assibilare".
4. Banana
De acordo com Luís da Câmara
Cascudo, esse gesto obsceno representaria o órgão reprodutor masculino e, a mão
fechada, o ato de introduzi-lo no ânus de quem está se xingando. Dar uma banana
é um gesto comum também - e igualmente ofensivo - em Portugal, onde é chamado
de "manguito" ou "mangarito", na Espanha, na Itália e na
França.
5. Bater na madeira
Os três toques na madeira servem
para espantar maus agouros. É mais uma superstição romana que permaneceu no
tempo e que veio da Europa para o Brasil. Batia-se na mesa para invocar os
Lares, deuses domésticos que protegiam a família. Outra versão diz que esse
costume começou há cerca de 4 mil anos entre os índios da América do Norte.
Eles perceberam que, apesar de sua imponência, o carvalho era a árvore mais
atingida pelos raios. Concluíram, portanto, que se tratava da morada dos deuses
na Terra. Toda vez que se sentiam culpados de alguma coisa, os índios batiam no
tronco da árvore para chamar as divindades e pedir perdão.
6. Cafuné
O hábito (gesto de coçar de leve
a cabeça de uma pessoa para fazê-la dormir) e a palavra vieram com os escravos
angolanos. O "kifune" consistia em fingir que se estava catando
piolhos (no original, o termo significa "torcer"), e até se imitavam
estalos para simular o esmagamento do parasita inexistente.
7. Continência
Apareceu na Idade Média e tem
origem no gesto que os cavaleiros faziam para se identificar entre si. Eles
seguravam as rédeas do cavalo com a mão esquerda e usavam a direita para
levantar a viseira da armadura, podendo ver quem se aproximava.
8. Dedo médio
O famoso sinal do dedo médio
erguido é uma das piores ofensas. O costume nasceu entre os antigos romanos, e
um de seus maiores divulgadores foi o imperador Calígula. Ao apresentar a mão
para ser beijada, ele estendia o dedo médio, querendo dizer: "Beije meu
pênis". O povo era obrigado a beijá-la mesmo assim. O sinal também era
usado pelos homossexuais romanos como um convite para outros homens como sinal
de rendição pelos soldados em batalhas.
9. Figa
A figa feita com os dedos médio e
indicador cruzados vem dos tempos da perseguição aos cristãos, entre os séculos
I e IV. O gesto era uma tentativa de fazer com os dedos uma cruz sem atrair a
atenção dos pagãos. Já a figa feita com o polegar era usada pelos antigos
romanos e etruscos como amuleto que simbolizava o ato sexual. Em italiano, seu
nome é "manofico", junção das palavras "mão" e
"figo" - fruta que esses povos relacionavam com a vagina. O polegar
era uma metáfora ao pênis. A figa representa a forma do pé de coelho, animal,
relacionado com a fertilidade e a abundância.
10. Mãos ao alto
Hoje, nenhum assaltante manda
mais a vítima erguer as mãos na rua: chamaria atenção. Mas tanto no crime
quanto na guerra o gesto tem o mesmo significado: mostrar ao agressor, ou ao
vencedor, que se está desarmado e sem intenção de reagir. É outra atitude que
já tem séculos de história, observada tanto no Oriente quanto no Ocidente.