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domingo, 13 de setembro de 2009

MIDAS

Terminei de ler esse livro a pouco tempo e recomendo enfaticamente. É leve, digestivo e muito pop, mas trás reflexões interessantes sobre coisas que não deveríamos esquecer.

MIDAS
"Tome cuidado com o que deseja" é a moral da história do rei Midas. Sua grande ambição nos previne dos problemas que podem resultar quando agimos por impulso, levados por alguma motivação cega. Quando ignoramos as possíveis conseqüências de nossas ações, a tragédia se abaterá.
Como em muitos mitos, o personagem central é alguém que de fato existiu. Ele era um dos vários reis com o mesmo nome na cidade de Frígia, na Anatólia (atual Turquia), no século VIII a.C. Sabemos pouco sobre ele; entretanto, o mito que se desenvolveu é rico em narrativa e detalhe.
No mito, Midas fez um favor para o deus grego Dioniso e a divindade, como prova de gratidão, lhe concedeu um desejo. Em sua avareza, ele pediu a Dioniso que transformasse em ouro tudo o que ele, o rei, tocasse. Não demorou muito para perceber que esse "toque de Midas" era uma maldição. Ele descobriu ser incapaz de comer ou beber e, quando sua filha tentou confortá-lo, também ela se transformou em ouro. Finalmente ele pediu que o dom fosse retirado. Aprendeu como desfazer o dano que causou e arrependeu-se de sua estupidez.
Depois disso, Midas ficou mais generoso e gentil e foi recompensado com uma extensão de sua província, eventualmente capturando os domínios do rei Górdio (conhecido pelo nó górdio).4 Em virtude da fama de ambos esses homens, os reis da Frígia foram alternadamente chamados de Midas e Górdio, levando à crença errônea de que o famoso Górdio era filho do também famoso Midas.
Apesar de Midas ter se tornado mais generoso e gentil, ele não ficou mais esperto. Cometeu ainda um outro erro grave. Midas foi pressionado e acabou concordando em servir como juiz no famoso concurso musical entre o deus Apoio e o sátiro Mársias.
Esse sátiro havia encontrado uma flauta encantada e, com ela, se tornou um extraordinário músico. Com o tempo, Mársias começou a achar que sua habilidade musical se igualava à dos deuses e desafiou Apoio a um concurso.
No concurso, a flauta mágica e seu dono não conseguiram atingir o mesmo desempenho de Apoio com sua lira. Mas Midas, um dos juizes, votou, em dissonante minoria, a favor de Mársias.
Apoio ficou furioso. Primeiro ele puniu Mársias com uma morte doloro¬sa. Depois castigou Midas, dando a ele orelhas de burro - para representar seus ouvidos sofríveis como juiz no concurso. Midas escondeu essa deformidade de todos, mas seu barbeiro sabia disso. O barbeiro, sentindo-se incapaz de manter o segredo, cavou um buraco e sussurrou o segredo no chão. Acontece que um bambu estava brotando justamente no buraco e passou o segredo para outros bambus. Logo todo o reino de Midas sabia a verdade e Midas mandou executar o barbeiro. Então, desonrado e envergonhado, cometeu suicídio.
Midas é uma lição por dois motivos. Primeiro, desejar sem pensar é uma estupidez. Segundo, desafiar a vaidade dos deuses é mais estúpido ainda.
A riqueza da lenda do rei Midas reflete-se na grande quantidade de lições específi¬cas que podem ser aprendidas, talvez mais do que em qualquer outro mito grego:
•        Cuidado com o que você deseja.
•        Pedidos literais podem ser tomados literalmente.
•     Itens de valor têm utilidade limitada: ser útil para um propósito não significa ser útil para qualquer propósito.
•        Os deuses sempre ganham.
•      Um rei não tem um bom julgamento musical: a habilidade em uma profissão significa pouca habilidade em outra área.
•        Uma resposta sincera nem sempre é a correta.
•        Nunca questione (ou duvide de) um deus.
•        Não confie em confidentes, nem mesmo nas plantas.
•        Qualquer segredo eventualmente vazará.

Retirado de: “As Pessoas mais Importantes do Mundo que Nunca Viveram” Autores: Allan Lazar, Dan Karlan e Jeremy Salter - Ed. Campus.