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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Habanera

A habanera, ou havaneira em algumas traduções para o português, é um estilo musical criado em Havana, (Cuba). A habanera, cujo nome deriva da cidade de onde é oriunda (La Habana, em espanhol), foi a primeira música genuinamente afro-latino-americana, que foi levada de Cuba para salões europeus por volta do século XVII.

Foi sofrendo alterações em sua estrutura básica devido aos arranjos que lhe deram os músicos da Europa e assim, alterada, voltou às Américas através dos imigrantes portugueses e espanhóis.

É uma música de compasso binário, com o primeiro tempo fortemente acentuado, com uma curta introdução seguida de duas partes de oito compassos cada uma, com modulação do tom crescente

Da habanera derivam diversos ritmos como o maxixe brasileiro e o tango argentino. Também deu origem ao vanerão dos gaúchos. É uma dança que foi também, algumas vezes, aproveitada no repertório erudito, sendo o exemplo mais famoso a habanera da ópera Carmen, de Georges Bizet.

Carmen é uma ópera em quatro atos do compositor francês Georges Bizet, com libreto de Henri Meilhac e Ludovic Halévy, baseada na novela homônima de Prosper Mérimée. Estreou em 1875, no Ópera-Comique de Paris. A composição de Carmen teve a influência de Giuseppe Verdi, usando uma mezzo-soprano como personagem principal, a cigana Carmen.

Num dos trechos mais conhecidos ainda no primeiro ato da ópera, Carmen, uma bela cigana que seduz todos os homens que encontra à sua passagem canta uma habanera aos presentes no pátio de uma fábrica de tabaco situada numa praça de Sevilha. Todos manifestam a sua admiração por ela, à exceção de um indiferente cabo Don José, que é, precisamente, o objeto do seu desejo.

Abaixo segue a letra traduzida, seguida por uma performance de minha irmã Dinair Fonte em uma apresentação realizada no dia 22/01/2008 no Centro Cultural do Banco do Brasil - RJ com a Acariocamerata e o Coro do Centro de Ópera Popular de Acari:

HABANERA
L'amour est un oiseau rebelle                O amor é um pássaro rebelde
Que nul ne peut apprivoiser,                 Que ninguém pode prender,
Et c'est bien en vain qu'on l'appelle,      Não adianta chamá-lo
S'il lui convient de refuser.                    Pois só vem quando quer.
Rien n'y fait, menace ou prière,             Não adiantam ameaças ou súplicas,
L'un parle bien, l'autre se tait;               Um fala bem, o outro cala-se
Et c'est l'autre que je prefere                É o outro que prefiro,
Il n'a rien dit; mais il me plaît.               Não disse nada, mas agrada-me.

L'amour! L'amour! L'amour! L'amour! O amor, o amor, o amor, o amor...

L'amour est enfant de Bohême,            O amor é filho da boêmia,
Il n'a jamais, jamais connu de loi,         Que nunca, nunca conheceu qualquer lei;
Si tu ne m'aime pas, je t'aime,              Se não me amares, eu te amarei;
Si je t'aime, prend garde à toi!             Se eu te amar, toma cuidado!
Si tu ne m'aime pas,                            Se não me amares,
Si tu ne m'aime pas, je t'aime!             Se não me amares, eu te amarei!
Mais, si je t'aime,                                Mas, se eu te amar,
Si je t'aime, prend garde à toi!            Se eu te amar, toma cuidado!

L'oiseau que tu croyais surprendre     O pássaro que julgavas surpreender
Battit de l'aile et s'envola;                   Bateu asas e voou
L'amour est loin, tu peux l'attendre;   O amor está longe, podes esperá-lo
Tu ne l'attend plus, il est là!               Já não o esperas, aí está ele,
Tout autour de toi vite, vite,              À tua volta, depressa, depressa,
Il vient, s'en va, puis il revient!          Ele vem, ele vai, depois volta,
Tu crois le tenir, il t'évite;                  Julgas tê-lo apanhado, ele te escapa;
Tu crois l'éviter, il te tient!                Julgas que te fugiu, ele agarra-te.

L'amour! L'amour! L'amour! L'amour! O amor, o amor, o amor, o amor...

L'amour est enfant de Bohême,            O amor é filho da boêmia,
Il n'a jamais, jamais connu de loi,         Que nunca, nunca conheceu qualquer lei;
Si tu ne m'aime pas, je t'aime,              Se não me amares, eu te amarei;
Si je t'aime, prend garde à toi!             Se eu te amar, toma cuidado!
Si tu ne m'aime pas,                             Se não me amares,
Si tu ne m'aime pas, je t'aime!              Se não me amares, eu te amarei!
Mais, si je t'aime,                                Mas, se eu te amar,
Si je t'aime, prend garde à toi!             Se eu te amar, toma cuidado!




3 comentários:

  1. Essa ópera é muit legal, mas tenho que confessar que eu não sabia do detalhe da "Habanera". Tradução do Francês pro Português muito boa, também, parabéns ao tradutor!

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  2. Peço desculpas pela falta de atenção. A tradução, realmente excelente, não é minha, é de Valéria Venturini do site Terra. já corrigi e acrescentei os créditos do post que faltaram.

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